Um clube com história
Instituição de Utilidade Pública
Medalha de Mérito Desportivo
Medalha de Mérito Municipal - Grau Ouro
Medalha de Mérito Desportivo
História do Clube Futebol Benfica
O Clube Futebol Benfica é uma associação desportiva da cidade de Lisboa cuja origem remonta ao ano de 1895, com a designação Grupo Foot-ball Benfica.
A 23 de Março de 1933 - data assinalada como aniversário – dá-se a reorganização do Clube que, por força da Constituição da República Portuguesa então vigente, altera o seu nome para o actual Clube Futebol Benfica, através de um manifesto distribuído à população do Bairro de Benfica.
“1900”
(Fotografia cedidas por Pedro Macieira, in Arquivo de Eugénio Germano Baptista)
“1906”
(Fotografia cedidas por Pedro Macieira, in Arquivo de Eugénio Germano Baptista)
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Filho de Benfica, Francisco Lázaro é, porventura, a maior lenda do desporto português. Acabado o trabalho como carpinteiro no Bairro Alto, Lázaro corria todos os dias de Benfica até S. Sebastião da Pedreira, desafiando, no percurso inverso, os eléctricos. Não tinha treinador.
Em 1912, na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Estocolmo, Lázaro transportou a bandeira nacional, integrado na pequena comitiva de atletas portugueses que participou pela primeira vez numas Olímpiadas.
Veio enfim a maratona, a prova onde os portugueses esperavam a medalha de ouro para Francisco Lázaro. Até desfalecer, Lázaro correu sempre no grupo da frente. Reza a história que, antes da partida, Lázaro afirmou solenemente “Ou ganho ou morro”. De forma trágica, assim cumpriu o seu destino.
Para além do estádio do Clube, o seu nome foi dado a uma rua de Lisboa.
O romance Cemitério de Pianos, de José Luís Peixoto, tem inspiração na figura de Francisco Lázaro. A personagem central do romance chama-se Francisco Lázaro e partilha parte da sua história.
A 14 de Julho de 2012 - um século após o falecimento - foi inaugurada uma placa de homenagem a Francisco Lázaro, na porta da Maratona do Estádio Olímpico de Estocolmo.
Inscrição gravada na Taça: “GRUPO FOOTBALL BEMFICA, VENCEDOR DO CAMPEONATO DE 4ªS CATEGORIAS”
1910 – ANO DA FUNDAÇÃO DA A.F.L. (Associação Futebol de Lisboa)
Não há duvida que o Grupo Football Bemfica venceu um campeonato em 1910. Logo, já existia.
Porque razão a história está adulterada com a data da nossa filiação na AFL em 1916?
Questões da época, obviamente, mas 1895 é efectivamente a data que marca a nossa origem.
Exmº. Senhor,
Sendo a freguesia de Benfica uma das que hoje conta com um elevado número de fogos e ainda devido ao seu grande desenvolvimento, quer industrial, quer comercial, não estar em relação a muitas outras de bem menor importância e que hoje desenvolvem a sua actividade em todos os sentidos, vimos rogar a V.Ex.ª a sua atenção para este apelo.
Esta freguesia, que em tempos que não vão longe foi uma das mais progressistas dos arredores da capital, devido aos desportos que então se praticavam, encontra-se hoje num estado apático que não deve continuar por mais tempo. As causas que levaram a este estado são várias e por isso escusamos de as enumerar.
Encontrando-se presentemente, uma grande parte dos habitantes da freguesia a dar novamente a animação de outros tempos, resolveu a Comissão abaixo designada dar começo aos trabalhos de organização e apelar para todos os seus moradores para que ajudem a levar a cabo a ingrata missão de que acaba de ser investida, inscrevendo-se como sócio do Grupo Foot-Ball Benfica, Grupo que em tempos idos tão gratas recordações nos deixou e o qual, estamos certos, continuará a honrar as suas antigas tradições.
A quota mínima é de 2$00, sem mais encargos, esperando a Comissão que V.Ex.ª se digne assinar a proposta junta, o que desde já muito agradece.
A COMISSÃO
António Joaquim Felix
António Alberto Caratão Marques
José de Freitas Moura
João Melo
Domingos José Ferreira
Mário Leão
António Antunes Perna
Março, 1933
Recordamos aqui atletas do Futebol Benfica cujas carreiras atingiram níveis internacionais, para além de Francisco Lázaro e Olivério Serpa (ver ligações dedicadas aos dois atletas).
Inevitavelmente, alguns outros estão, injustamente, de fora desta secção. Não de forma premeditada mas por motivos vários, como a passagem do tempo, a falta de registos ou o facto desta página não ser estanque e poder ser considerada em permanente actualização.
Sidónio Serpa Tal como o seu irmão Olivério, Sidónio foi um marco na História do Clube. Capitão de equipa de hóquei em patins de Portugal e do Futebol Benfica em 1950 e 1951. Apelidade de "atleta nº1" de Portugal aquando da sua retirada, foi também amplamente condecorado, como a imagem abaixo ilustra. Acompanhou, até bem perto do seu falecimento, a vida do seu Clube de sempre. |
António Livramento Tendo abandonado o Futebol Benfica muito cedo por força da sua transferencia para o SL Benfica, nunca esqueceu contudo a sua primeira casa e por isso se manteve como sócio até ao dia do seu falecimento prematuro. O recorte do jornal abaixo é bem elucidativo da ligaçao de Livramento ao nosso clube. |
Artur Correia "Ruço" Começou a carreira no Futebol Benfica, passando depois pelo SL Benfica, Académica e Sporting. Lateral-direito da Selecção Nacional na década de 70 (internacional por 44 vezes), quando ainda muito dele se esperava foi atraiçoado por um AVC aos 29 anos de idade. |
Paulo Bento A carreira de Paulo Bento está indelevelmente ligada àHistória do Futebol Benfica. Foi daqui que se projectou para o futebol de alto nível. Chegou a internacional por mérito próprio e fez carreira no Estrela da Amadora, Vitória de Guimarães, SL Benfica, Sporting, Oviedo (Esp), bem como na Selecção Nacional A, que representou por 35 ocasiões. Já como treinador, orientou o Sporting de 2005 a 2009 e a Selecção Nacional de 2010 a 2014. |
Em actividade, com raízes no Clube Futebol Benfica:
Ricardo Pereira (FC Porto)
Gelson Martins (Sporting)
Dady (Atlético CP, ex-Belenenses, Osasuna, etc)
Manuel Fernandes (Lokomotiv (Rus), ex-Valencia (Esp), Everton (Ing), etc)
Na equipa de Futebol Feminino, habitualmente convocadas para a Selecção Nacional:
Matilde Fidalgo
Andreia Silva
Patrícia Gouveia
Elsa Ventura
Olivério de Aguiar Serpa vestiu a camisola do Futebol Benfica desde os seus 18 anos.
Foi campeão e internacional em três modalidades: remo, hóquei em campo e hóquei em patins - modalidade onde atingiu maior destaque - tendo praticado ainda Alta Ginástica, Natação, Ténis de Mesa, Futebol e Voleibol.
Campeão do Mundo e da Europa por três vezes, tendo sido ainda eleito Capitão de Equipa de Portugal.
Olivério Serpa foi, na altura, considerado o maior atleta português de todos os tempos. Recordista de participações por Portugal (61) e de marcação de golos num só jogo: 8 à França-B, em 1946.
Campeão de Lisboa em 1936, 1937, 1940, 1941, 1942 e 1945.
Campeão de Portugal em 1940, 1941 e 1943.
Vencedor da Taça de Honra de Lisboa em 1940.
Capitão da Equipa de Honra do Clube Futebol Benfica desde 1944, das Selecções do Sul e de Portugal desde 1945.
Em 1949, Olivério Serpa recebeu a condecoração de Grande Cavaleiro da Ordem de Cristo pelo Presidente da Republica e, em 1951, a Medalha de Mérito Desportivo.
Um atleta altamente medalhado, prova clara do seu valor, e um grande Senhor do Desporto Nacional dos seus tempos.
Grande Cavaleiro da Ordem de Cristo
Em 1949: Olivério de Aguiar Serpa - Condecoração concedida pelo Presidente da Republica
Medalha de Mérito Desportivo
Nº 3 - 1951: Sidónio de Aguiar Serpa- Hoquista Campeão do Mundo
Nº 6 - 1951: Olivério de Aguiar Serpa - Hoquista Campeão do Mundo
Nº 13 - 1952: Capitão José Luis dos Santos Romão - Dirigente da Federação Portuguesa de Patinagem (*)
Nº 14 - 1952 – José da Silva Dias - Hoquista Campeão do Mundo
(*) Como curiosidade, assinale-se que o primeiro dirigente a obter esta medalha foi o Capitão José Luis dos Santos Romão.
Medalha de Bons Serviços
Nº 350 - 1978: Rogério da Fonseca Ramos - Jogador de Hóquei em Campo e de Hóquei em Patins, várias vezes internacional.
A 11 de Setembro de 1981 é concedido ao Clube Futebol Benfica o Diploma de Utilidade Pública, pelo Decreto-Lei nº 460/7, de 07 de Novembro.
A 16 de Abril de 2001, o Ministro da Juventude e do Desporto concede a Medalha de Mérito Desportivo, nos termos dos Artigos 3º e 6º do Decreto-Lei nº 55/86, de 15 de Março.
A 18 de Abril de 2008, é concedida a Medalha de Mérito Municipal – Grau Ouro, pela Câmara Municipal de Lisboa.
A 18 de Abril de 2008, a Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto confere a Medalha de Mérito Associativo.
Para os sócios antigos, chamar “Fofó” ao Clube era um acto de provocação.
Ainda hoje existem sócios, sobretudo os mais velhos, que não gostam de ouvir esse tratamento. Por outro lado existe uma certa curiosidade de muitas pessoas - inclusivamente de jornalistas - que interrogam: porquê “Fofó”?
Existe uma explicação para o termo, tal como também existe uma razão para que os mais antigos não vejam com bons olhos chamar-se ao Clube “Fofó”. Na verdade, uma coisa está ligada há outra.
Nos tempos em que havia, por força do hóquei em patins, uma grande rivalidade com o Sport Lisboa e Benfica, este tinha o seu ringue na R. Gomes Pereira (Edifício actual da Junta de Freguesia de Benfica). Os jogos eram sempre presenciados por grandes molduras humanas, quer fossem no nosso ringue ou no ringue do rival.
Num desses jogos disputados na Gomes Pereira, o Futebol Benfica saiu vencedor. Os seus adeptos, que tradicionalmente acompanhavam a equipa em grande número, numa manifestação de regozijo e ao mesmo tempo de provocação para com os adeptos do S.L. Benfica, acenaram com lenços brancos para estes gritando: “lampiões … lampiões… lampiões”, nome na altura mal aceite por aqueles. No meio desta manifestação de regozijo dos adeptos do Futebol Benfica, surge do lado contrário um desabafo: “Deus te guie Fofó…”
Para os apaniguados do Futebol Benfica, este termo, que nunca tinha sido ouvido em nenhum lado, passou a ser uma provocação. Eis a razão porque o epíteto “Fofó” causasse tanta revolta. O tempo, contudo, tudo muda e hoje há já muita gente que entende que o nome “Fofó” acaba por ser uma forma carinhosa de tratamento ao Clube Futebol Benfica.
Em 1935, o Clube organiza a Marcha de Benfica pela primeira vez, tendo ganho nesse mesmo ano o Prémio da Alegria, bem como em 1964 e 1965. E foi com a mesma alegria e vivacidade que em 1941 obteve o 1º prémio da classificação geral, o 4º em 1955 - na imagem acima, um casal de marchantes desse mesmo ano - e o 5º em 1969 e 1982.
Desde então, a Marcha de Benfica tem sido sempre organizada pelo Clube Futebol Benfica, sagrando-se vencedora por três ocasiões: 1935, 1940 e 1989.
O Bairro de Benfica é um dos bairros de Lisboa com mais representações nos desfiles da Avenida e nas Festas da Cidade.